Nos censos de 2021 a Póvoa tem 164 habitantes, sendo que nos censos de 2011 tinha 208, em 1950 tinha 490 e em 1960 tinha 494.
(A desertificação do interior a fazer-se notar).
A gente da Póvoa vive com uma pequena agricultura de subsistência com a cultivo de alguns frutos da terra, algumas plantações e alguma criação de gado bovino e ovino.
Além disso é também uma zona residencial de gente aposentada e de alguns que trabalham na cidade.
A área da Póvoa é considerada o solar da raça bovina mirandesa que origina a famosa posta mirandesa que igualmente nasceu nos cabanais da Feira do Naso, onde se pendurava um animal inteiro e se cortavam pedaços da carne para assar na brasa temperados com sal.
Na PRUOBA fala-se a lhéngua mirandesa uma língua aprendida com o mamar da teta e o português que só se aprendia na escola mais tarde.
A Póvoa foi uma aldeia onde havia de tudo:
Chegou a ter quatro fráguas onde se faziam as melhores facas da região, tinha xastres ou alfaiates, sapateiros que faziam as “cholas”, tecedeiras que faziam as melhores colchas e tapetes, cesteiros, latoeiros, moinhos e moagem, pedreiros e canteiros, pastores e boieiras, etc.
A Póvoa dizem que é a terra onde existem mais cruzes, só na aldeia tem quatro cruzeiros e cerca de vinte cruzes, fora as que tem fora da povoação.
As mais famosas foram feitas por Florentino Lourenço Preto um homem da terra.
A Póvoa é uma terra de profundas tradições religiosas e marianas.
Nesse ponto basta lembrar o Santuário de Nossa Senhora do Naso, a padroeira dos Mirandeses e que é a maior romaria do Planalto Mirandês e uma das maiores do distrito de Bragança que se realiza nos dias 6, 7 e 8 de Setembro.
Há também as ruínas de Nossa Senhora do Picão e as duas constituem a Confraria de Nossa Senhora do Naso e Picão.
A Póvoa possui igualmente um vasto património cultural.
Era a terra dos “Colóquios”, Teatro Popular Mirandês, com o Tonto, o Diabo e outras figuras que eram características.
A Póvoa é também a “Capital de la Gaita” porque sempre teve e continua a ter muitos e bons gaiteiros, tocadores de gaita de foles e porque aí se realiza “La Fiesta de la Gaita de Fuolhes”.
A Póvoa tem igualmente o seu Grupo de Pauliteiros e mantém vivas muitas tradições graças à Associação do Grupo Cultural e Recreativo Renascer das Tradições.
Valdemar Gonçalves